A história de Bob

segunda-feira, 5 de janeiro de 2009

No dia em que chegou.


Esse é o Bob

(Hoje, cinco de janeiro de dois mil e nove.)

Este é o Bob

No sábado passado, pela manhã, ao entrar no banco, encontrei este jovem muito triste, deitadinho e todo enrolado em seu próprio rabo - bem na porta lateral de vidro. Passei por ele e percebi que seus grandes olhos castanhos ficaram me acompanhando com muita atenção, parei pouco a sua frente e falei “Oi, rapaz! Tá com fome?”. Percebi, logo de início, que era um cão dócil e que estava sozinho, não era como os outros cães que vivem na rua e formam um pequeno grupo. Não, este cãozinho estava solitário.
Entrei no banco e observei que ele me acompanhava pelo lado de fora do vidro, agora com olhar triste e cada vez mais perdido. Ao sair do banco, procurei entrar no carro e ele, pacientemente, me seguiu e parou a minha frente: fazendo menção de entrar também, porém, muito educado, não insistiu. Saí do local pensando nele: pobre animal, emagrecido, abandonado, cheio de carrapicho, pêlos caindo, talvez com parasitas (pulgas, carrapatos, verminose, sarna...). Não consegui ir muito além, parei logo em seguida numa padaria próxima e conhecida, entrei afim de comprar alguma coisa para ele comer. Peguei um saco de ração qualquer, tanto era minha preocupação de que ele ainda estivesse ali, e no caixa, na hora de pagar, percebi que era ração para gatos. Pensei “Ele está com tanta fome que nem vai perceber... rs”
Voltei ao banco e lá estava ele, deitado no mesmo lugar. Fiz sinal com as mãos ele veio em minha direção, coloquei a ração no chão, num cantinho e pensei por um instante que ele estava acostumado a comer apenas restos de comida. Coloquei um pouco na minha mão, segura de que ele não me faria mau, e meio tímido, cheirou a ração e tirou um petisco. Aproximou-se do montinho de comida que coloquei em cima de um papelão no chão e começou a comer vagarosamente, parecia comer “aquilo” por que não tinha outra forma de sanar a fome. Deixei ele, saí com o coração partido pensando naquela criatura tão frágil e indefesa.
Passei a noite pensando nele, dormi pensando nele e acordei pensando nele...Overdose de Bob!
Pedi ao meu marido que fosse lá, naquele mesmo lugar e que trouxesse o cão no domingo pela manhã. Fiquei preocupada de não o encontrar.
Para minha tranqüilidade, meu marido telefonou e disse “Estou levando seu príncipe!”. Pulei de alegria e acordei minha filha dizendo “Bob tá chegando!!”.
Ao chegar em casa, desconfiado, escabreado, fez uma festa todo sem jeito ao me ver.
Então preparei aquele rango, um belo banho e uma cama quentinha. Marquei consulta com o veterinário para o dia seguinte.
Hoje, deixamos ele na clínica para ser examinado, tosado e medicado pelo veterinário e pessoas desconhecidas. Por isso fez a maior festa quando chegamos na clínica para trazê-lo de volta para casa, ele chora quando não estamos por perto.
Quando chegou em casa, todos disseram que ele está lindo, cheiroso, com uma gravatinha verde no pescoço e com um latido forte, ouso dizer que está até metido a cachorro da família! Até estranhou o ventilador preso no teto; será que lembrou do barulhinho do motor da tosa?
Sabemos que ele tem aproximadamente 5 meses, avaliação do veterinário, e que encontrou um lar.

Este é Bob.

Elisabeth M.

Logo após a tosa, em casa.